quinta-feira, 24 de abril de 2008

Genealogia 156: piada


"Foi encontrada no bolso de um suicida de Maceió, a seguinte carta:
Ilmo. Sr. Delegado de Polícia,
Não culpe ninguém pela minha morte. Deixo esta vida porque, um dia a mais que eu vivesse, acabaria morrendo louco. Explico-lhe, senhor delegado:
Tive a desdita de casar-me com uma viúva, a qual tinha uma filha. Se eu soubesse disso, jamais teria me casado. Meu pai, para maior desgraça, era viúvo, e quis a fatalidade que ele se enamorasse e casasse com a filha de minha mulher.
Resultou daí que minha mulher tornou-se sogra de meu pai. Minha enteada ficou sendo minha mãe e meu pai era, ao mesmo tempo, meu genro.
Após algum tempo, minha filha trouxe ao mundo um menino que veio a ser meu irmão, porém neto de minha mulher, de maneira que fiquei sendo avô de meu irmão. Com o decorrer do tempo, minha mulher deu à luz um menino que, como irmão de minha mãe, era cunhado de meu pai e tio de seu filho.
Eu, Sr. Delegado, fiquei sendo pai de minha mãe, tornando-me irmão de meu pai e de meus filhos, e minha mulher ficou sendo minha vó, já que é mãe de minha mãe. Assim, acabei sendo avô de mim mesmo.
Portanto senhor delegado, antes que a coisa complique ainda mais, resolvi desertar deste mundo.
Peço perdão a Deus e a todos essses meus parentes".
Publicado no Tribuna do Paraná, 11.10.2001.

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