Em minhas pesquisas em São Mamede de Valongo descobri muitos casos de uso de patronímico até o século XVII. Isto é algo surpreendente, pois jamais havia achado patronímicos sobrevivendo até um período tão "recente". Já havia pesquisado casos de aparente uso de patronímicos, mas eram apenas "pseudo-patronímicos", ou seja, muitas vezes tratava-se apenas de indivíduos batizados com nomes de antepassados.
Digamos que um Mendo Afonso tivesse um filho Baltazar Mendes no século XV. Mendes significa filho de Mendo, ou seja, coerente para tal uso. Mas digamos que estes nomes acabassem sendo repetidos em descendentes: o filho do tal Baltazar poderia ser Mendo Afonso como o avô, e ter um filho Baltazar Mendes pelo mesmo costume, assim, estes pseudopatronímicos acabaram sendo perpetuados através do grupo familiar.
Mas em Valongo, ao que tudo indica, os patronímicos continuaram sendo usados, e posso dar muitos exemplos:
Domingas Baltazar filha de Baltazar Dias
Catarina Belchior filha de Belchior Fernandes
Gaspar Belchior filho de Belchior Martins
Catarina Benta, filha de Bento Fernandes
Maria Brás, filha de Brás Álvares
André Gonçalves, filho de Gonçalo Martins
Catarina Marcos (ou Marques), filha de Marcos Gonçalves
The fate (so far) of my 50 submitted papers
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