Paleontólogos apresentam esqueleto de "dinossauro aberrante"
da France Presse, em Washington
Uma nova espécie de dinossauros africanos, de cerca de 110 milhões de anos foi descoberta nesta quinta-feira (14) por paleontólogos americanos em Washington. O dinossauro apresenta uma diferente morfologia, com um focinho que funciona como aspirador e um crânio quase translúcido.
O dinossauro descoberto pertence ao grupo dos saurópodes, que são grandes quadrúpedes herbívoros e têm patas e pescoço compridos. Batizado de Nigersaurus Taqueti, 80% de sua ossada foi apresentada nesta quinta-feira (15) na Nigéria.
O nome "Taqueti" foi dado em homenagem ao paleontólogo francês Philippe Taquet, pesquisador pioneiro deste animal cujos primeiros ossos foram encontrados na décade de 1950, disse Paul Sereno, que dirige o trabalho dos paleontólogos.
Um outro francês, Didier Dutheil, membro da equipe de Paul Sereno, tinha localizado o crânio deste dinossauro em 1997. Nesta expedição e na seguinte, os paleontólogos conseguiram encontrar cerca de 80% de seu esqueleto.
Exposição
Uma exposição destinada a este dinossauro será inaugurada hoje no Museu da National Geographic em Washington, onde serão apresentados os fósseis originais, o esqueleto e o crânio reconstituídos do animal.
Medindo 13 metros de comprimento, este primo menos conhecido, mais novo e menor do Diplodoco americano, possuía um focinho pouco habitual com narinas externas e não retráteis. Além disso, apresentava ainda uma mandíbula que se assemelhava a uma tesoura de 30 centímetros de comprimento dotada com 500 dentes, dos quais a maioria servia para substituir os perdidos ou utilizados.
"Entre todos os dinossauros, o Nigersaurus Taqueti bate, sem dúvida, o recorde do Guinness pelo número de dentes de substituição", afirmou Paul Sereno.
Incapaz de virar o pescoço a ponto de levar a cabeça até suas costas, o Nigersaurus se comportava mais como uma vaca do que como uma girafa.
Graças a uma tomografia computadorizada, os paleontólogos obtiveram imagens do interior do crânio deste dinossauro e puderam reconstituí-lo a partir da análise das marcas cerebrais deixadas na caixa craniana.
A coluna vertebral do dinossauro também apresenta características peculiares. Suas vértebras eram finas, e os paleontólogos acham difícil imaginar como elas podem resistir às tensões quotidianas, revelou Jeffrey Wilson, membro de uma equipe de pesquisa. "Mas nós sabemos que elas funcionavam perfeitamente", esclareceu ele.
"Dinossauro aberrante"
Os trabalhos de pesquisa de Paul Moreno foram parcialmente financiados pela National Geographic Society em Washington, pela fundação David e Lucile Packard e pela Universidade de Chicago.
O Nigersaurus será objeto de um artigo no número de dezembro da National Geographic intitulado "Dinossauros aberrantes" com uma foto do animal reconstituído.
As fotos foram tirados do site da Globo.com
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