Os multituberculados formam um grupo extinto de mamíferos, com um grande número de espécies descobertas principalmente no Hemisfério Norte, cuja distribuição temporal vai desde o final do Triássico até o Eoceno, já em pleno Período Terciário. Sobreviveram à misteriosa extinção que aniquilou os dinossauros, e antes da existência dos Roedores ocuparam os nichos ecológicos destes, ou seja, pequenos mamíferos herbívoros, primariamente terrícolas, com algumas formas subfossoriais e arborícolas. Apesar de muito numerosos na Europa e América do Norte, sua presença no Hemisfério Sul ainda é muito fragmentária, mas achados nas últimas décadas têm aumentado consideravelmente nosso conhecimento sobre eles.
Corriebaatar marywaltersae - Wonthaggi, Austrália, Aptiano
Argentodites coloniensis - La Colonia, Argentina, Campaniano-Maastrichtiano
Hahnodon taqueti - Marrocos, Berriasiano
Ferugliotherium windhauseni - Los Alamitos, Argentina, Campaniano; La Colonia, Argentina, Campaniano-Maastrichtiano
Trapalcotherium matuastensis Rougier et alii, 2009 - Formação Allen, Argentina, Campaniano
Gondwanatherium patagonicum - Los Alamitos, Argentina, Campaniano
Sudamerica ameghinoi - Argentin, Paleoceno
Bharattherium bonapartei (=Dakshina jederi) - Índia
Lavanify miolaka - Maevarano, Madagascar
As relações de parentesco entre estes multituberculados austrais e seus primos do Norte ainda não estão esclarecidas. Os grupos gondwânicos possuem algumas diferenças importantes, e não se ajustam com facilidade ao esquema definido para os multituberculados laurasianos. Dentro das espécies meridionais, um subgrupo bem definido é o dos Gondwanatheria, com os Ferugliotheriidae (Ferugliotherium e Trapalcotherium) e Sudamericidae (Gondwanatherium, Sudamerica, Lavanify, Bharattherium), aos quais deve também se acrescentar um mamífero ainda não batizado do Cretáceo da Formação Mbeya na Tanzânia. As peculiaridades dos multituberculados do Gondwana apontam para um certo grau de endemismo e uma longa história de relativo isolamento. Espera-se que futuras descobertas na Antártida, Índia, Madagascar, África, América do Sul, Austrália e Nova Zelândia forneçam novas pistas. A estrutura do dentes molares dos Gondwanatheria indicam que poderiam ser comedores de grama, e de fato há indícios de que as gramíneas estivessem se difundindo pelo Gondwana no final do Cretáceo.
Outros grupos característicos do sul do Gondwana aparecem geralmente associados a estes multituberculados, e sugerem uma associação faunística bem homogênea: dinossauros abelissaurídeos e titanossáurios, tartarugas pleurodiras botremidídeas, mamíferos australosfênidos (Australosphenida), serpentes madtsoídeas, crocodilianos notossúquios.
Outros grupos característicos do sul do Gondwana aparecem geralmente associados a estes multituberculados, e sugerem uma associação faunística bem homogênea: dinossauros abelissaurídeos e titanossáurios, tartarugas pleurodiras botremidídeas, mamíferos australosfênidos (Australosphenida), serpentes madtsoídeas, crocodilianos notossúquios.
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