Datado do início do Cretáceo Superior (Cenomaniano), o fóssil batizado de Arcantiodelphys marchandi é uma descoberta incrível pelas inesperadas repercussões na hipóteses biogeográficas da origem dos Marsupiais. Descoberto em Charentes, na França, ele permite unir uma série de enigmáticos fósseis de caráter duvidoso supostamente aparentados aos Marsupiais, mas sem uma posição filogenética definida. O novo clã, batizado de Marsupialiformes, inclui um grupo de metatérios (Metatheria) norte-americanos do Cretáceo Inferior (Kokopellia, Iugomortiferum, Pariadens, Sinbadelphys, Dakotadens e Adelodelphys), aliados a um contemporâneo asiático (Asiatherium) e o recém-descoberto "primo" europeu. Nos sítios paleontológicos de Charentes foram descobertos diversos restos de dinossauros também indicando uma conexão euramericana, como proto-hadrossauróides, nodossaurídeos, braquiossaurídeos, and troodontídeos, grupos destes também presentes nas faunas coevas do Oeste Norte-Americano (como a de Cedar Mountain), ligação esta presente também nos fósseis de crocodilianos. Outros componentes da fauna de Charentes indicam uma conexão africana: um suposto carcarodontossaurídeo, uma cobra afim ao gênero Simoliophis e um crocodiliano zifodonte próximo ao marroquino Hamadasuchus.
A nova descoberta aponta para dois cenários possíveis, projetados a partir de uma origem mais remota dos metatérios no Cretáceo Inferior asiático (Sinodelphys, Formação Yixian, China, Barremiano): a) uma migração via Beríngia para a América do Norte, de onde colonizariam o oeste europeu; b) uma passagem através de algum istmo antecedendo a formação do estreito de Turgai (mares rasos que separavam a Ásia da Europa naquela época) para a Europa, de onde atingiriam posteriormente a América. Como os vários fósseis componentes dos Marsupialiformes são mais ou menos contemporâneos, ainda não é possível escolher a melhor hipótese.
A origem asiática para diversos componentes da fauna européia no Cretáceo já vem sendo sugerida para os zhelestídeos, gobiconodotídeos, kogaionídeos, anfilestíneos (Amphilestinae), e proto-hadrossauróides.
O grupo dos Metatérios (Metatheria) passa assim a ter sua biogeografia e filogenia melhor compreendidos. Do grupo mais primitivo de formas asiáticas do Cretáceo Inferior derivariam os carnívoros Deltateróides (Deltatheroida), com distribuição asiamericana, e os Marsupialiformes, predominantemente euramericanos, a partir dos quais, mais tarde derivariam os Marsupais propriamente ditos, na América do Norte, talvez. No Cretáceo Superior, os Marsupais atingiram a América do Sul, de onde, via Antártida, chegariam à Austrália.
A nova descoberta aponta para dois cenários possíveis, projetados a partir de uma origem mais remota dos metatérios no Cretáceo Inferior asiático (Sinodelphys, Formação Yixian, China, Barremiano): a) uma migração via Beríngia para a América do Norte, de onde colonizariam o oeste europeu; b) uma passagem através de algum istmo antecedendo a formação do estreito de Turgai (mares rasos que separavam a Ásia da Europa naquela época) para a Europa, de onde atingiriam posteriormente a América. Como os vários fósseis componentes dos Marsupialiformes são mais ou menos contemporâneos, ainda não é possível escolher a melhor hipótese.
A origem asiática para diversos componentes da fauna européia no Cretáceo já vem sendo sugerida para os zhelestídeos, gobiconodotídeos, kogaionídeos, anfilestíneos (Amphilestinae), e proto-hadrossauróides.
O grupo dos Metatérios (Metatheria) passa assim a ter sua biogeografia e filogenia melhor compreendidos. Do grupo mais primitivo de formas asiáticas do Cretáceo Inferior derivariam os carnívoros Deltateróides (Deltatheroida), com distribuição asiamericana, e os Marsupialiformes, predominantemente euramericanos, a partir dos quais, mais tarde derivariam os Marsupais propriamente ditos, na América do Norte, talvez. No Cretáceo Superior, os Marsupais atingiram a América do Sul, de onde, via Antártida, chegariam à Austrália.
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