Na última semana, os sites e jornais foram invadidos pela repercussão de uma bombástica descoberta feita em terrenos de 400.000 anos de idade, que conteriam os dentes mais antigos da nossa espécie, Homo sapiens. Manchetes como "Evolução humana reescrita", ou "posta em cheque" rodaram o mundo.
Os paleontólogos mais sensatos e cautelosos estão começando a alertar e ponderar em seus comunicados que as manchetes jornalísticas estão mascarando a verdade. No artigo com a publicação original da descoberta, na revista American Journal of Physical Anthropology, EM NENHUM TRECHO, é dito que os dentes são inequivocamente da espécie Homo sapiens, podendo ser de qualquer uma das espécie aparentadas, como Homo neanderthalensis (o Homem de Neandertal), Homo heidelbergensis (o humano arcaico europeu, ancestral do Neandertal), ou Homo erectus (incluindo os asiáticos sinantropo e pitecantropo). A conclusão de que os fósseis israelenses da caverna de Qesem seriam "os mais antigos humanos" não consta do artigo original, e nem de nenhum comentário o texto posterior de seus descobridores, mas mesmo assim, estranhamente, apareceu em todos os noticiários.
Por que isso aconteceu?
Simples sensacionalismo jornalístico?
Indícios de propaganda religiosa criacionista subliminar?
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