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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Evolução 162: Os quatro texugos

Um estudo genético prestes a ser publicado na revista Zoologica Scripta estudou diversas populações de texugos (Meles meles) , uma espécie de ampla distribuição geográfia na Europa e na Ásia paleártica, e aponta que elas na verdade constituem quatro diferentes espécies: Meles meles Linnaeus, 1758, na Europa, Meles leucurus Hogdson, 1847, no norte da Ásia continental, Meles anakuma Temminck, 1844, no Japão, e Meles canescens Blanford, 1875, no sudoeste asiático. O estudo filogenético mostra uma clara distinção entre as quatro populações de texugos. A análise aponta a subsespécie cretense do texugo (Meles meles arcalus), como pertencente à espécie do sudoeste da Ásia, devendo ser considerada como Meles canescens arcalus.


Fonte:
Del Cerro, I., Marmi, J., Ferrando, A., Chashchin, P., Taberlet, P. & Bosch, M. (2010).
Nuclear and mitochondrial phylogenies provide evidence for four species of Eurasian badgers
(Carnivora). — Zoologica Scripta, **, ***–***.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Evolução 161: Panthera onca georgica, uma onça no Cáucaso

Uma nova subespécie fóssil de onça foi descoberta... no Cáucaso, na república ex-soviética da Geórgia. A revisão dos fósseis de grandes felinos do Plistoceno mostra uma sucessão de subespécies da onça no Velho Mundo: Panthera onca toscana, no sul da Europa, Panthera onca georgica, no sítio plistocênico de Dmanisi, e Panthera onca gombaszoegensis, na Eurásia. A partir deste centro de distribuição asiática, uma linhagem emigrou para a América do Norte, dando origem à onça-norte-americana, Panthera onca augusta, e às subespécies atuais da América do Sul.

Panthera onca georgica ssp. nov. from the Early Pleistocene of Dmanisi (Republic of Georgia) and the phylogeography of jaguars (Mammalia, Carnivora, Felidae) Authors: Hemmer, Helmut; Kahlke,
Ralf-Dietrich; Vekua, Abesalom K. Source: Neues Jahrbuch für Geologie und Paläontologie - Abhandlungen, Volume 257, Number 1, July 2010 , pp. 115-127(13)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Evolução 145: Nyctereutes lockwoodi, novo canídeo fóssil na Etiópia

Uma nova espécie de canídeo extinto, batizada Nyctereutes lockwoodi, foi identificada no sítio fóssil de Dikika, na Etiópia, em terrenos datados do Plioceno Médio. O gênero atualmente conta com uma única espécie, o cão-racum (Nyctereutes procyonoides), nativo das regiões frias e temperadas do norte da Ásia.

Fonte:
Denis Geraads ; Zeresenay Alemseged ; René Bobe ;Denné Reed (2010). Nyctereutes lockwoodi, n. sp., a new canid (Carnivora: Mammalia) from the middle Pliocene of Dikika, Lower Awash, Ethiopia. Journal of Vertebrate Paleontology 30(3) , 981 – 987.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Evolução 71: Era uma vez três leões (ou dois?)

Novos estudos sobre o imponente leão-americano (Panthera atrox) sugerem que ele talvez não seja tão "leão" assim, sendo talvez mais uma espécie aparentada à onça. A relação entre o extinto "leão" da América do Norte e o atual (Panthera leo) já havia sido mencionada uma postagem anterior (Evolução 46), e agora a distância entre ambos - que já chegaram a ser considerados como partes de uma única espécie - parece cada vez maior, conforme o cladograma genealógico sugerido por estudo publicado no Journal of Vertebrate Paleontology. A origem da "pantera-atroz" estaria talvez nos mesmos ancestrais que deram origem à onça sul-americana, a qual teve subespécies pré-históricas extintas no Velho Mundo (Panthera onca toscana) e na América do Norte (Panthera onca augusta), possivelmente derivados de uma espécie eurasiática extinta de grande felino, a Panthera gombaszoegensis.

Christiansen, Per e John M. Harris (2009). Craniomandibular Morphology and Phylogenetic Affinities of Panthera atrox: Implications for the Evolution and Paleobiology of the Lion Lineage. Journal of Vertebrate Paleontology 29(3):934-945. 2009
doi: 10.1671/039.029.0314

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Evolução 48: O elo perdido das focas

Cientistas acabam de descobrir no Canadá um fóssil de mais de 20 milhões de anos cujos detalhes anatômicos ajudarão a entender melhor a evolução das focas a partir de seus ancestrais da terra firne. O animal foi batizado de Puijila darwini, e media cerca de 1,10m de comprimento, incluindo a cauda, e mais parecia uma lontra do que uma foca. As focas, leões-marinhos e morsas integram o grupo dos Pinípedes (Pinnipedia), mamíferos aquáticos que evoluíram a partir de carnívoros terrestres, provavelmente de um grupo próximo à origem dos ursos.

O nome da criatura combina um termo inuit (esquimó) significando "jovem animal do mar", e uma homenagem a Charles Darwin, por se tratar de mais um elo perdido "achado". Apesar do nome, o animal deveria preferir lagos de água doce em vez de oceanos.


Mais detalhes em http://nature.ca/puijila/index_e.cfm

terça-feira, 14 de abril de 2009

Evolução 46: Era uma vez três leões...

Nenhuma espécie de mamífero carnívoro teve uma distribuição tão extensa quanto o Leão (Panthera leo), que no final do Plistoceno espalhava-se pela África, Europa, Ásia Ocidental até a Índia, Sibéria, América do Norte e América Central. Durante muito tempo se discutiu o verdadeiro status das diversas populações existentes, com a classificação tradicionalmente agrupando-as em quatro grupos de subespécies: o Leão "moderno" (Panthera leo leo), da África, sul dos Balcãs e Ásia sul-ocidental, o único ainda existente, o Leão-das-cavernas, da Eurásia (Panthera leo spelaea), os igualmente Leão-da-Beríngia, ou Leão-das-cavernas-oriental (Panthera leo vereshchagini), da Sibéria Oriental, Alaska e Noroeste do Canadá, e o Leão-americano (P. leo atrox), ocupando as Américas do Norte e Central, abaixo da linha das geleiras. Estudos genéticos a partir de espécimes fósseis revelou que na verdade os "leões" dividiam-se em três espécies distintas: o leão-moderno (Panthera leo), o leão-das-cavernas da Eurásia e Beríngia (Panthera spelaea, com duas subespécies spelaea e vereshchagini), e o leão-americano (Panthera atrox).




BARNETT,R. et alii (2009). Phylogeography of lions (Panthera leo ssp.) reveals three distinct taxa and a late Pleistocene reduction in genetic diversity. Molecular Ecology Volume 18 Issue 8, pgs 1668-1677, abril de 2009.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Evolução 19: Metalopex, canídeo fóssil

Uma nova espécie fóssil de canídeo foi identificada nos Estados Unidos. Metalopex merriami Tedford & Wang, 2008 é o nome da nova espécie, cujos fósseis foram descobertos na Formação Thousand Creek, no Condado de Humboldt, no Estado de Nevada, datando do Mioceno Superior (Hemphilliano Inferior). Classificada na família dos Canídeos (Canidae), faz parte da subfamília dos Caníneos (Caninae) e da tribo dos Vulpinos (Vulpini). Os Caníneos são divididos tradicionalmente em duas tribos, os Vulpinos, com as raposas e similares, e os Caninos (Canini) com os lobos, chacais, cães e cachorros-do-mato sul-americanos. Dentro do grupo dos Vulpinos, o fóssil recém-descrito está próximo do clado formado pelos gêneros Prototocyon (extinto), Otocyon (raposa-morcego) e Urocyon (raposa-cinzenta). Esta espécie do Mioceno Superior norte-americano é contemporânea de outras espécies de caníneos primitivos, como a Vulpes stenognathus (raposa primitiva), e o Eucyon davisi (ancestral dos Caninos), indicando que a subfamília dos Caníneos estava iniciando um período de irradiação.

Fonte:
Tedford, R. H., and X. Wang. 2008. Metalopex, a new genus of fox (Carnivora: Canidae: Vulpini) from the late Miocene of western North America. In X. Wang and L. Barnes (eds.), Geology and Vertebrate Paleontology of Western and Southern North America, Contributions in Honor of David P. Whistler. Natural History Museum of Los Angeles County Science Series 41:273-278. PDF para download no site do autor