terça-feira, 27 de maio de 2008

Mitologia 17: Hermes


Filiação: Zeus e Maia
Hermes (Hermês) (também chamado de Hermeâs, Hermâs ou Hermân), era o arauto dos deuses. Entre suas outras funções estava a de guiar as almas dos que morriam, e de assegurar a fecundidade dos rebanhos. Era o padroeiro dos viajantes, dos comerciantes e dos ladrões. Seu símbolo primitivo era o hermaion, uma coluna de pedra que marcava os caminhos. Os carneiros eram seus animais prediletos. Sua astúcia e seus talentos no roubo e na trapaça eram insuperáveis. O aspecto de deus trapaceiro, aliado à sua função de mensageiro dos deuses sugere um possível papel de deus do fogo numa fase mais arcaica; dizia-se que ensinara aos deuses a arte de fazer fogo. Este primitivo deus do fogo acabou absorvendo as qualidades de um deus-pastor e talvez de um deus lunar da sabedoria.
Hermes era filho de Zeus e de Maia, uma das Plêiades, deusas estelares filhas de Atlas. Maia se escondeu no monte Kyllênê, na Arcádia, e deu à luz durante a noite, numa gruta. Mal nasceu, Hermes deixou seu berço andando e encontrou um casco de tartaruga. Com ela fez a primeira lira, e cantou a história de seu próprio nascimento. Depois dirigiu-se aos rebanhos de Apollon. Roubando cinquenta reses, amarrou em seus cascos galhos para disfarçar as pegadas. Sacrificou alguns bois em nome dos Doze Deuses, e escondeu o resto numa caverna. Então, transformou-se em névoa e voltou para seu berço. Quando Apollon acusou-o do roubo, Maia defendeu-se, alegando que uma criança de berço não poderia fazer isto. Mas o embuste acabou descoberto, e Hermês só foi perdoado ao dar de presente a lira que havia feito para Apolo, que gostou tanto que em troca lhe ofertou seu cajado de pastor e um bastão de ouro. Perguntado por que fizera um sacrifício para doze deuses, já que na época só haviam onze, ele alegou que se incluíra como o décimo-segundo. Zeus riu muito da esperteza de seu filho e aceitou-o no Olympos.
Como seu pai, os filhos de Hermês eram astutos e trapaceiros. Seu filho Autolykos era considerado o maior ladrão de toda a Grécia, e foi o avô materno de Odysseus (Oulyksês), outro herói renomado por sua astúcia. Erytos foi o arauto dos Argonautas. Dos amores de Hermês com uma ninfa (dentre as muitas versões diferentes) gerou o deus Pân, também associado aos rebanhos e à música. Seus filhos com Aphroditê foram Hermaphroditos e Êrôs. Com outra ninfa gerou Seilên, um sátiro feio e gordo, companheiro de Dionysos em suas viagens.
Arte: Fred Carvalho (1999)

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